Jade Cezimbra - A Crise de 1929


A crise de 1929
Bernard Gazier
Jade Cezimbra
1-Quais foram os feitos dos nazistas em relação á crise de 1929,quais os pontos negativos sobre a crise?



2-O homem do patronato em 1932 era Von Papen, e o financiamento pelo grande capital era reservado essencialmente a ele; no partido hitlerista, os desempregados se encontraram ao lado de uma classe média desorientada e de um exército hesitante – grupos de interesses e preocupações diferentes, seduzidos por uma ideologia anticapitalista ambígua, preocupada com o reerguimento nacional e obcecada pela humilhação de 1914-1918. Na verdade, a ascensão do nazismo é um componente da crise de 1929, bem mais do que uma conseqüência, e suas origens devem ser procuradas para além das convulsões de 1929-1932 – que foram mais profundas e violentas nos Estados Unidos, por exemplo.

Radicalmente diferente é a situação da URSS. Realidade mal conhecida, ela surge ao longo de todo o período como um desafio permanente, uma alternativa evidente às desordens capitalistas.


Introdução.

A chegada ao poder de Mussolini data de junho de 1921. O primeiro impulso
significativo do Partido Nacional Socialista de Hitler data de setembro de 1930, quando das
eleições antecipadas convocadas pelo chanceler Brüning: os nazistas passam de 12 a 107
deputados no Reichstag. Muitas vezes se atribuiu à crise de 1929 a chegada de Hitler ao poder em 1933, e é verdade que os encadeamentos de 1930 justificam a aproximação: é graças ao imenso déficit de um sistema de seguro-desemprego criado em 1927, previsto para 800 mil pessoas e confrontado com 2 milhões de desempregados em 1930, que os socialistas haviam sido afastados da coligação no poder em março.


Desenvolvimento.

A questão dos rendimentos do capital continua obscura: heterogêneos e discretos, eles são
pouco conhecidos. Os rendimentos das empresas (os benefícios ou os lucros) baixaram muito (de 20 a 80%) em quase todos os países e desmoronaram nos Estados Unidos e na Alemanha,levando a prejuízos, em 1931 e 1932, pelo menos algumas sociedades industriais. As conseqüências para seus proprietários foram em grande parte amortecidas. Houve certa redução de estilos de vida mais luxuosos, sem conseqüência direta no conforto cotidiano dos interessados. Diversas estratégias fiscais e patrimoniais permitiram a certos grupos se safarem, comprando ações a baixo preço, por exemplo, ou tirando proveito do desastre imobiliário vivido pelos desempregados endividados. Por fim, e acima de tudo, é preciso aproximar essas reorientações da espetacular retração dos investimentos constatada em toda parte: os responsáveis pelas empresas podem, segundo os resultados, regularmente escolher, de um lado, a parte reservada à renovação das instalações e à sua extensão (amortecimento e autofinanciamento) e, de outro, a parte destinada aos proprietários (benefícios distribuídos). A hipótese parece plausível: é sem dúvida sacrificando os investimentos que os donos dos meios de produção limitaram a baixa dos rendimentos do capital.Diversidade de situações e de mecanismos: a crise teve seus vencedores e perdedores, que variaram segundo os conflitos e as opiniões políticas tanto quanto segundo o jogo dos fatores econômicos. A crise se ramifica não apenas porque a distribuição de um produto em baixa é ainda mais conflituosa do que durante uma expansão, mas também porque o espectro do desemprego conduz facilmente a um cada um por si (quantos trabalhadores aceitaram temerosos a redução imposta de seus horários e de seus salários!) e porque a queda dos preços e da atividade consolida a provisória prosperidade de uns sobre a ruína dos outros.
As dificuldades econômicas enfraquecem as reivindicações sociais, e somente após a estabilização na depressão o movimento se inverte e se alimenta do descontentamento popular generalizado. O abalo social resultante da falência da economia capitalista se manifestou pouco a pouco nos grandes países industriais e não resultou em maiores desordens imediatas.Assinalemos, no entanto, a errância ferroviária dos jovens americanos, inclusive dos muito jovens, em 1931-1932, semelhantes a uma horda de vagabundos


Conclusão

A crise é, acima de tudo, industrial e ocidental. Não podemos esquecer, no entanto, que
dois terços do mundo em 1930, ou 1,4 bilhão de pessoas, tinham suas condições de vida
concedida por suas metrópoles. Essa massa de peso demográfico crescente diante do declínio da Europa Ocidental estava dividida, em 1930, mais ou menos em quatro blocos: 40% para a Ásia do Leste e 40% para a Ásia do Sul, por um lado; 8% para a América Latina e 12% para a África, por outro. Uma considerável disparidade caracteriza as situações dos territórios em questão, o que torna impossível uma generalização sobre o impacto da crise.Uma exceção confirma a regra: a produção de ouro duplica durante a crise e chega a 1.232 toneladas em 1939, dez vezes mais do que em 1875 e 25% mais do que em... 1974. Os países auríferos são muito estimulados, como é o caso da África do Sul, que atravessa a crise sem grandes dificuldades (embora com uma paralisia no mercado de diamantes).
ligadas direta ou indiretamente às cotações das matérias-primas e à margem de autonomia
As sombrias perspectivas do setor exportador têm nuanças dependendo do produto e do
país: acordos de autolimitação da produção são instaurados nos anos 1920 (borracha), e a
derrocada dos “produtos de sobremesa” (café, cacau...) se opõe ao despertar de certas filiais de abastecimento induzido pelos esforços de rearmamento.



3-FascistaFascismo é um regime autoritário criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma "aliança" ou "federação.

Anticapitalista: Envolvendo uma variada gama de ideologias, movimentos e ações de oposição, o anticapitalismo baseia-se na propagação de ideais contrários ao capitalismo.


Orçamentária: Relativa ao orçamento, referente a um plano financeiro estratégico que compreende a previsão de receitas e despesas futuras para a determinação de determinado exercício. A dívida orçamentária excedeu as expectativas do governo.

Vulneráveis:Ferido, sujeito a ser atacado, derrotado: frágil, prejudicado ou ofendido.


  GAZIER Bernard, A crise de 1929, L&PM POCKET. 


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